quarta-feira, 17 de junho de 2020

TINTAS PARA SERIGRAFIA IV

Olá pessoal!!!!!

hoje eu vou terminar o assunto sobre tintas e solventes. É a parte 4 da série.

Solventes

Chama-se convencionalmente de solvente a parte volátil utilizada na composição da tinta, como também o produto utilizado na diluição da tinta na hora de sua utilização, visando obter a viscosidade desejada e facilitar o transporte da tinta para o substrato.

 É importante lembrar ainda que os solventes também são utilizados na limpeza das matrizes, ferramentas e equipamentos utilizados no processo serigráfico.

 Classificação de solventes

Há solventes de várias derivações, entre as quais: de petróleo, de vegetais e sintetizados.

         Derivados de petróleo

                 São os hidrocarbonetos aromáticos, tais como: xilol, toluol,                solvessos e os   hidrocarbonetos   alifáticos,   tais   como:                

Aguarrás, hexanas ou querosene.

         Derivados de vegetais

                 Aguarrás vegetal ou terebitina.

         Extraídos da fermentação de vegetais

                 Álccois: etílico, butílico, isopropílico e outros.

         Sintetizados, provenientes de reações químicas

                 Ésteres: acetato de etila, acetato de butila.

                 Cetonas: acetona, MEK (Metil Etil Cetona), etc.

                 Éteres de glicóis: butil, metil glicol e outros.

 Assim, vê-se que o solvente presente na tinta (parte volátil) e o solvente utilizado na diluição da tinta são compostos de mesma base.

 Esses solventes são, por imposição técnica, em sua maioria, de lenta evaporação, para dar uma seqüência de tempo prolongado no processo serigráfico e evitar a secagem da tinta na matriz e, conseqüentemente, interrupções na impressão contínua.

 Existem, portanto, os solventes normais, específicos para cada tipo de tinta, e também os solventes retardadores, ou comumente chamados de retardador, que, adicionado à tinta, dá ao operador a opção de prolongar a secagem inicial da impressão.

 O solvente retardador é recomendado para o uso em ambiente ou regiões mais quentes, obtendo melhor seqüência nos trabalhos e mais qualidade nos resultados das impressões.

 Para garantia da qualidade da impressão, é recomendada a utilização do solvente adequado e de mesma procedência da tinta.

 O FENÔMENO DA TIXOTROPIA



 Nas atuais formulações das tintas serigráficas modernas, vem embutida uma espécie de sensor ou inteligência, que será explicada a seguir:

 Para que a tinta tenha um corpo suficiente e não escorra ou infiltre através da matriz e assente no substrato pela pressão exercida pelo rodo, é necessário atribuir-lhe o fenômeno da tixotropia ou viscosidade tixotrópica.

 Através desse fenômeno, a tinta parece uma “geléia”: ao mexê-la, fica líquida, facilitando sua penetração pela matriz. Neste ponto, a tinta tem mais afinidade com o substrato do que com o tecido da matriz, permitindo que ela deposite-se neste substrato, soltando-se facilmente da matriz.

 Neste momento, faz-se necessário um outro fenômeno, oposto da tixotropia – é a dilatação, ou nivelamento. Esse processo permite o melhor espalhamento da tinta, evitando que a mesma não escorra além dos limites laterais da impressão.

 A tixotropia e a dilatação – devem estar equilibradamente presentes na tinta, já que uma completa a outra.

 Para entender melhor examine-se o que acontece no momento do impacto, quando a tinta penetra na malha e é depositada no substrato. Nesse ponto, a tinta é depositada na forma de uma série de cubos, de acordo com a abertura de cada trama do tecido.

 Cada espaço vazio, entre os cubos, representa um fio de tecido. É relativamente fácil determinar a altura e a largura de cada cubo, sabendo-se a especificação do tecido: a largura corresponde à abertura, e a altura, á espessura do tecido e do filme no estêncil.

 Uma tinta corretamente formulada deixa os cubos impressos ligarem-se imediatamente um ao outro, após o impacto da impressão, e então ocorre o problema de assentamento e espalhamento final da tinta.

 A tinta invade os espaços vazios entre os cubos, e conseqüentemente, abaixa sua altura até o preenchimento total dos espaços, de modo que a camada se apresente como um tapete contínuo. Começando a evaporação dos solventes, a camada impressa diminui novamente até a completa remoção dos solventes, deixando uma camada de tinta seca, lisa e homogenia depois de pronta a impressão.

 Vale lembrar que esse fenômeno aplica-se principalmente às tintas brilhantes.

 CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS (solúveis em solventes)

 Sintéticas;

  • Vinílicas;
  • Acrílicas;
  • Epóxi (dois componentes);
  • Poliamídicas;
  • Poliuretânas monocomponentes;
  • Poliretânicas bicomponentes.

 Sintéticas

O termo sintéticas deveria ser aplicado a todas as tintas de origem sintéticas, acrílicas, epóxi, poliuretânicas e poliamídicas.

 No Brasil, a caracterização tinta sintética refere-se  que exclusivamente às tintas à base de resinas alquídicas, fabricadas em reatores com óleos vegetais como soja, coco, mamona e outros. Aqui trata-se de tintas sintéticas especificamente as tintas com base alquídica, sendo este grupo um dos mais versáteis e mais utilizados.

 São indicados para impressão sobre grande variedade de substratos, tais como metais, vidro, papel, papelão, polietileno tratado, etc., sendo muito utilizadas em trabalhos externos, pois possuem boa durabilidade. Essas tintas secam por oxidação, provocada por secantes metálicos. O processo de secagem é relativamente lento, o que limita a possibilidade de tiragens rápidas. Por outro lado, seu preço é bem mais econômico, comparando às demais tintas. Podem ser encontradas nas versões foscas e brilhante.

 Vinílicas

Fabricadas à base de resinas termoplásticas, de copolímero de polivinil cloride, comumente chamadas de vinílicas.

 Possuem secagem relativamente rápida, por evaporação dos solventes. A película impressa e seca é permanentemente removível e atacada pelos solventes de sua composição.

 São próprias para impressão em todos os substratos de PVC, flexível e semi-rígidos, poliestireno, policarbonato, papel, papelão, etc. Podem ser encontradas nas versões fosca e brilhante.

 Acrílicas

Sua base é de resinas acrílicas, termoplásticas. São indicadas para impressão em acrílico, poliestireno, ABS, policarbonato e outros. Possuem excelente durabilidade externa e à luz solar.

 Epóxi (dois componentes)

São tintas à base de resinas epicloridina ou epóxi, solúveis em solventes. A secagem ocorre através de uma reação química entre a tinta e o catalisador. São indicadas para impressões sobre grande número de substratos, como vidro, metais, polietileno tratado, laminados de melamina (fórmica), baquelite, circuito impressos etc.

 A impressão seca tem boa resistência a solventes, ácidos e álcalis e detergentes.

 Poliamídicas

São tintas à base de resinas poliamídicas termoplásticas, solúveis em solventes.

 São indicadas principalmente para impressão em películas de polietileno tratados, tais como sacolas e faixas promocionais. No mercado é encontrada como o nome de tinta para polietileno tratado.

 Poliuretânicas (monocomponentes)

Fabricadas à base de resinas poliuretânicas, indicadas para couro, tecidos sintéticos, nylon, tyvec, lycra etc.

 Recomenda-se testes preliminares, principalmente nos tecidos sintéticos, que às vezes, repelem a impressão em razão de impermeabilizantes na superfície.

 Poliuretânicas (bicomponentes)

    São tintas à base de resinas poliéster para reação com isocianatos,

    chamados sistema “PUR” ou “poliuretânicos”.

    Apresentam algumas vantagens sobre a tinta epóxi dois

    componentes, que são maior durabilidade e aderência.

 NORMAS DE SEGURANÇA

 - Conservar os vasilhames de tintas, solventes e emulsões sempre fechados, fora do alcance de crianças e animais.

 - A armazenagem deve ser feita em local coberto e arejado, sem a presença do sol, à temperatura de 25ºC.

 - As embalagens não devem ser incineradas ou reutilizadas para outros fins.

 - Trabalhar de forma limpa, não borrifar ou espalhar tintas ou solventes desnecessariamente no ambiente.

 - Não deixar estopas ou retalhos embebidos em solventes na área de trabalho.

 - Não fumar na área de trabalho.

 - Pessoas portadoras de alergia ou problemas respiratórios não devem manusear esses produtos.

 - Manter ventilação apropriada em ambientes que sejam muito fechados. Caso necessário, instalar exaustão a 20 ou 25cm do chão, pois os vapores dos solventes serigráficos, em sua maioria, são pesados e se espalham pelo piso. Ao remover-se o ar contaminado, o ambiente ficará agradável.

 - Na lavagem de matrizes e acessórios, recomenda-se a utilização de luvas resistentes a solventes. Em lavagens muito intensas, é recomendado a utilização de óculos de máscaras de carvão ativado com proteção facial para pó e vapores orgânicos.

 - Evitar a ingestão. Caso ocorra, não provocar vômito. Procure auxílio médico imediato, informando o tipo de produto ingerido.

 - No contato com a pele, ocorrendo irritações, lavar o local com água corrente e sabão neutro. Se necessário, remover roupas e sapatos atingidos pelos produtos. Não passando os sintomas de irritação, procurar assistência médica.

 - Recomendamos a observação das leis trabalhistas que disciplinam o trabalho e presença de menores e mulheres para esta atividade.

 - Procure seguir à risca toda a orientação dada pelos fabricantes ao utilizar os produtos. Sua saúde agradece.


Pessoal, eu espero que vocês tenham gostado da matéria.

Enviem criticas e sugestões.

Muito obrigado!!!!

André Manzatto.

Um comentário:

  1. Gostei muito Manzatto. Você está aprofundando os temas e está bem didático! Parabéns

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